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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Disseram-me outro dia que pra se escrever é preciso apenas um pouco de inspiração... pode-se escrever as mais belas palavras inspirado nos olhos coloridos da garota que foi vista no trem. E sendo assim, porque não escrever sobre você? Porque não escrever sobre alguém que veio de uma hora pra outra, do nada e que deixou um aroma adocicado no ar? Ainda é cedo demais pra dizer sobre os gostos, ainda é cedo demais pra me remeter e declarar qualquer sentido, mas ouso falar que se andares vindo mais vezes, existirão "coisas escritas" sobre ti bem aqui, nesse meu velho diário de notícias desimportantes. Quero que venha, que venha logo. Pra poder tirar esse texto do rascunho e lhe mostrar que desde agora você despertou uma parte especial de mim... Volte logo, viu? Eu acho que gostei demais de você..

Teu rastro

Posso ainda sentir o teu cheiro, ouvir teus passos, tuas palavras. Posso ouvir tua respiração lenta, calma, de quem muito tem a contar. Posso acordar esperando te ver, para te abraçar e te dizer num largo sorriso sobre o meu amor. Eu posso ainda ouvir teus suspiros encantados e seus elogios de orgulho. Sei bem como seriam as frases saídas desses lábios finos, pois fui acostumada a ouvi-las. Eu ainda tenho o teu rastro em todos os meus sentidos. Ainda sei como era a maciez de tua pele, o som da tua voz, a temperatura dos teus abraços. Eu ainda posso te imaginar na janela, nas escadas, no sofá, na minha vida inteira. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Três minutos


Começou arrepiando pelo por pelo. Um minuto. Já tinha todo o corpo tomado por fantásticas ondas de prazer. O olhar que ele a dirigia tinha um tom de incentivo que a atraía de uma forma que nem ela poderia explicar. Ele estava estava ali para ela... só para ela, e dessa forma a envolvia em seus fortes e macios braços. Sorriam um para o outro sabendo que aqueles momentos seriam guardados em um lugar chamado para sempre. Dois minutos. Ela o olhava implorando um socorro que só ele poderia dar. Aquelas mãos quentes e suaves roçavam em sua pele fazendo-a dançar junto a ele naquela pequena cama. Ele suava, ela se entregava.
E então uma grande explosão.
Sem barulhos, apenas contorções. A distância não mais existia. Ela agora passeava pelo universo a se esgotar no mais delirante orgasmo. Três minutos. Voltou cambaleante abrindo os olhos devagar. Ele a observava delirar com uma expressão de amor e afeto que a dominou com padrões que ela nunca iria encontrar. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Arritmia


É como se o mundo tivesse parado, e com ele o tempo. A tristeza e o luto foram depostos. Agora tenho espaço de sobra para abrigar uma enorme alegria que bateu em minha porta implorando proteção.
É estranho meus verbos se esconderem por trás de toda essa felicidade, mas não reclamo. Não encontro dificuldade em me acostumar com coisas belas.
É bem bonito ver o coração a fazer lindos números de sapateado em meu peito quando te vejo chegar. E nem que eu volte a escrever mil versos, nem que eu acompanhe a mais bela canção, nem que eu prepare a festa mais bonita eu vou conseguir expressar você em meus dias, em meus sorrisos. E, por isso, eu só posso pedir pra que continue a roubar meu fôlego com sua voz que toma todo o ambiente. Eu só posso pedir que continue a me envolver em seus braços de forma doce e carinhosa. Eu só posso pedir para que continue aqui a me fazer sorrir com as coisas mais lindas e simples, com sua forma suave de não gostar, confessar e confiar. Eu só peço que continue a deixar meu coração numa mistura louca de histeria e calmaria, enquanto eu pincelo o céu nos mais bonitos tons para você.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Macadâmia




O dia mal amanhecia e a fé de Maria triplicava.
O nome era forte como ela, Maria das Dores... Maria das flores, Maria das cores.
Maria nasceu com dons maravilhosos. Nasceu com o dom de amar, de acreditar, de cuidar, de doar. Passou de vida em vida com seu coração aberto levando a felicidade e a serenidade.
Era uma força suprema dessas que vento algum derruba. Mas, tendo Deus como seu melhor amigo, o que nesse mundo a poderia desamparar?
Decidida, honesta, fiel, amiga... Maria também era birrenta, fazia bico, virava os olhos. Não deixava ninguém entristecer os seus queridos. Maria era a advogada de tudo o que amava.
A vida lhe foi generosa... a ela foram proporcionados grandes anjos da guarda. Mas, nada mais justo! Deus cerca de cuidados as suas flores mais belas.
Engravidou-se do coração e, muito além de dar a vida, cuidou e transformou duas meninas em grandes mulheres. Através de seus exemplos e carinhos, Maria nos deixou um imenso tesouro... Maria nos deixou a continuação de seus trabalhos, de seus exemplos... Maria nos deixou dois pedacinhos de seu grandioso coração, suas filhas, Nilva e Telma.
As suas manias, as suas palavras, o seu colo, as suas risadas e abraços eram inigualáveis. Maria, em sua forma mais bonita, multiplicou-se e se instalou no coração de cada pessoa que teve o prazer de conhecê-la.
Hoje o “das Dores” é nosso, Maria. Hoje a saudade dos seus olhinhos apertados e sorridentes calam o nosso peito. Hoje, sentimos uma imensa saudade do seu cheiro de macadâmia e erva doce fazendo música pelo ar.
Hoje, mais do que nunca, temos certeza de que o seu amor foi infinito e belo. Hoje, sabemos que nos escuta daí, descansando ao colo do Pai. Hoje sabemos que o céu está em festa e que o jardim de Deus está mais colorido e belo.
Hoje continuaremos seus passos, hoje aumentaremos a nossa fé.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Alaranjado


Não há nada de amor a escrever, não houve poesia.
De repente se viu de saltos azuis, estava quase nua naquela sala.
No reflexo do espelho, via uma mulher bonita pela primeira vez. Via uma mulher sem medo, calma, determinada. Uma mulher que sabia que não seria ali, mesmo quando o corpo dele provocava. Fez tudo que pareceu lhe apetecer, dançou.
Em poucos instantes, já não via nada além de uma cor intrigante. Roçou no corpo dele, dançou por entre os móveis, mudou de lugar. Correu os olhos e as mãos por todas as partes, que eram sempre da mesma cor. 
Mais tarde, percebeu que aquele tom não chegou a cativar, e que o abraço não a prendeu. Se viu correndo, mas sem saber porque. Esperou mais um pouco, queria ouvir. O ruído da voz que ele não tinha, não a agradou. Ela esperava mais dos carinhos e olhares.
Se viu ali, de saltos azuis, quase nua naquela sala... mas apenas viu a si, tão bonita e doce, que contentou-se com os seus próprios olhos sorridentes refletidos, e entendeu que poderia dançar e amar o quanto quisesse, se aquilo a tornasse verdadeiramente mulher.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O dia seguinte


Colocava aquele nariz colado no meu. Abraçava forte, roçando todas as partes, passando as mãos nos cabelos, me fazendo sentir o salgado de suas lágrimas caminharem pelo meu rosto até mergulharem na minha boca sempre semi aberta, respirando com dificuldade. Aquele era o seu jeito puro e sutil de consolar. Esquecia seu calor na minha pele, e soltava suas palavras soluçantes. Queria que eu sentisse seu coração acelerado de todos os dias, de todas as tardes, de todas as manhãs azuis. Colava em mim a sua graciosa máquina de dizer muito, e muito rápido. Me puxava pela mão quando as nuvens formavam imagens bonitas no céu e fazia promessas de pra sempre.
Hoje é o dia seguinte dos nossos tão tão felizes quatro anos, e o que se tem são os restos... Os resquícios de suas mãos, do seu calor, do seu olhar e lágrimas. Você foi em um dia assim e não mais voltou. E agora não existe mais a sua doçura em dizer muito, e muito rápido. Não existe mais o seu correr a ver as nuvens das manhãs azuis. Não existe mais o teu abraço apertado que me invadia a alma... não existe mais você em minha vida.
Hoje é o dia seguinte... um outro dia em que não terei você.

domingo, 13 de janeiro de 2013

E ler os textos agora é como não acreditar no próprio sentimento, é carregar culpa e um tanto de saudade. As palavras possuem uma força estranha, e quando ditas de forma inesperada, ferem. Eu esperava, esperava um pouco mais. Não um pra sempre, mas talvez um "eu te levo até em casa". Eu sinto saudade da gentileza, das palavras macias e dos abraços demorados, embora nunca tenham existido.