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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sobre mim.

Nos últimos meses as belas musicas cansaram meus ouvidos e acabaram soando como gritos amedrontados. Por isso perdi o costume de ouvi-las e senti-las.
A procura é ainda mais torturante quando acontece num total silêncio e escuridão. E são nas noites longas que crio coragem para ir tateando as paredes úmidas a procura da saída. Não sei até que ponto conseguiria aparecer com meu rosto pálido e cabelos desgrenhados por aí. Não sei até que ponto conseguiria dizer sobre minha doença e amargura. Não sei se aceitaria outro cão guia para me levar ao fim disso.
O início e o meio não justificaram o fim, e não há sinais nas esquinas. É apenas o senso de direção praticamente perdido que me faz dar passos trêmulos, e a chuva que me embriaga dando-me coragem para continuar.
É o que se ganha na perda: perde-se o prêmio principal, mas ganha-se o prêmio de consolação. A parte que todos rejeitam, mas, que sem querer, eu aceitei e acabei prendendo em mim. Agora se eu solto essa escuridão e tristeza, fico só de tudo! E hoje não perguntarei o que faço se ficar só, porque não obtive resposta das outras muitas vezes.
Então fica assim... eu continuo cuidando e cultivando esse sentimento que me destrói, eu continuo caminhando pelas noites escuras à caça de alguma saída. E, no mais, isso fica por aqui... sem que ninguém se interesse em ler, sem que ninguém ameace aparecer. Sem que nenhuma música volte a tocar...