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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Estilhaços de medo.


Tem sido assustador não encontrar palavras, não encontrar formas e saídas. Tem sido desonesto sorrir com vontade de cair em prantos. Tem sido vazio.. mas isso não é uma novidade.
As palavras falham, embora sejam muitas na hora de voltar pra casa. As pessoas tem sido apenas cenário, já que não consigo mais me entender no meio delas. Tenho ouvido apenas ''não'' de todos os lugares, de todas as bocas. Tenho tentado correr por aquele caminho de sempre, mas ele não leva a lugar nenhum.. não mais.
O medo tem assoviado canções horripilantes em meus ouvidos, e o vento frio tem arrancado partes de mim. Não houve cor nessa primavera. Só vejo as folhas da árvore que tanto cuidei caídas pelo chão, sendo pisoteadas por estranhos distraídos. O outono veio com tudo esse ano, e o inverno foi ainda mais frio. Tornou aquele nosso campo verde e florido em um deserto pálido.. E na primavera, não houveram flores brotando pra dar vida. E em pouco tempo chega o verão, e me pergunto.. ele seria capaz de derreter essa pedra de gelo que há em meu peito? Ele seria capaz de me fazer parar de tremer? Ele seria capaz de trazer-me de volta minhas amadas borboletas?
Não sei, então resta-me apenas esperar pelo sol, aqui, encolhida na unica parte que ainda encontro intacta nesse meu mundo arruinado. Espero você bater em minha janela, sol. Espero por você, pra ter de volta um coração batendo e sangue correndo pelas veias. Espero pelo seu toque, pela sua alegria. Espero pela vida, pelos sorrisos, pelo calor dos abraços.
Anseio por você, alegria. Não tarde a voltar.

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