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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Chuva e lágrima.

Não importa quantas vezes eu diga. Ando escrevendo apenas pra ver se o tempo corre mais depressa. Tem sido assim, não tenho mais vontade disso, nem de nenhum outro tipo de coisa. Faltam pensamentos e reações. Escrevo sobre o vazio, escrevo sobre a falta constante e a escuridão. E tem sido assim, dia após dia, durante meses. O pulmão contem fissuras, e não consegue compreender dentro de si o ar que eu preciso. Minha respiração anda alterada, rapida, e isso cansa, apesar de ser a unica coisa que tenho feito nesses ultimos dias. Tenho respirado apenas para sobreviver. As coisas estão andando sem um propósito, sem nexo.
A imaginação fluia muito bem antes do primeiro tijolo cair no chão. Tão rapido, tão estupido que não tenho inteligencia suficiente para compreender.
Tenho enxergado vultos, apenas. Cair da nuvem mais alta pode causar isso, sintoma normal. Devo ter quebrado algumas costelas também. Dai o motivo dos pulmões fissurados. O coração anda batendo lentamente, eu quase não o sinto. É bem estranho isso. Eu aqui, estirada no chão, sem conseguir me levantar.. e acho que ninguém consegue olhar pra baixo e enxergar isso. Mas porque enxergariam? Porque gostariam de me ajudar? Afinal de contas, quem escalou a montanha mais alta, quem quis passar por todos os obstaculos, quem subiu na asa do avião pra chegar naquela nuvem fui eu. Apenas. E por isso, devo e estou ciente da minha responsabilidade; ferimentos meus, tão meus que estou aqui deitada, respirando para sentir todos os angulos dessa dor dilacerante.
Queria focalizar meus olhos naquela nuvem outra vez, queria achar as causas da minha queda.. Talvez, ela tenha se desfeito em agua, na forma de chuva. Assim como eu tenho me desfeito em agua, na forma de lagrimas.

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